ZOROASTRO PAMPLONA
( Rio de Janeiro (?)– RJ – Brasil )
Existe uma na Rua Zoroastro Pamplona, Freguesia- Jacarepaguá, Rio de Janeiro. –
HADAD, Jamil Almansur, org. História poética do Brasil. Seleção e introdução de Jamil Almansur Hadad. Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio Abramo. São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943. 443 p. ilus. p&b “História do Brasil narrada pelos poetas.
HISTORIA DO BRASIL – POEMAS
GUERRA DO PARAGUAI
[ SEM TÍTULO ]
Já nesse tempo o marinheiro ousado,
Que o passo ao rio guarda cauteloso,
De Lopes o poder naval, armado
Viu sobre ele cair impetuoso
A foz do Riachuelo celebrado
De glória a pátria coroou Barroso;
Ao duro golpe a frota desbarata,
De súbita invasão salvando o Prata.
Aqui se obraram feitos tão subidos
Que apenas o buril contara à história;
Os vapores desciam incendidos
Hasteando a Bandeira da Vitória;
E feroz multidão entre alaridos
Conta por certa antecipada glória.
As nossas naves soldadesca horrenda
Invade, ateia e férvida contenda.
Ali se viu Greenhalgh, o bravo jovem,
Arcar sozinho em gigantesca luta:
No tombadilho os inimigos chovem,
E qual o pavilhão tomar disputa.
No feroz batalhar o moço envolvem
De sabre e facas em cadeia hirsuta.
Foi longa a briga — já da face em sangue
A morte o beija, cai, lá jaz exangue.
Nem foste só nessas ações estranhas
À verde idade ao século presente:
Lima Barros num eito de façanhas
Erguera o nome à glória resplendente.
Tu, soldado Marcílio, o louro apanhas
Do prélio desigual rompendo a enchente,
E Pedro Afonso o forte capitão
Peito a peito detém um pelotão.
Andava assim travada em meio às águas
A briga horrenda, cega e já sem norte;
Os navios dos bordos rubras fráguas,
Medonhas vomitando e a rodo a morte.
Da pátria o gênio pranteiava em mágoas
Dos filhos da nação a triste sorte.
Onde a vitória? Do país os bravos
Do rio ao fundo baixarão ignavos.
Bate o momento. Súbito se avança
A nau do chefe em meio da batalha,
Aos vasos do inimigo a proa lança,
Deitando os flancos rábida metralha.
Ao rijo choque o que primeiro alcança
Do negro rio envolve na mortalha
Qual agora se fende, qual naufraga,
Qual arde em chamas sobre a rubra vaga.
O gênio de Mavote ali baixando
N´alma inspirou-te estratagema ignoto.
Os brados da vitória estão voando
Dos peitos jubilosos no alvoroto,
A ti se exalce, vulto venerando,
Da pátria salva agradecido voto.
Que desta luta na briosa história
Fique indelével do Barroso a glória.
(Brasiliada – G. Lourenço e Filhos —
Rio de Janeiro – 1885).
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Página publicada em outubro de 2021
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